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Por que ser uma(um) "Abenista"?

A Associação Brasileira de Enfermagem é a organização política do Campo Profissional da Enfermagem mais antiga no país, sendo fundada em 1926. É história consdensada, construída por mulheres e homens, que se confunde com a origem e constituição da profissão da(o) enfermeira(o) e do próprio Campo da Enfermagem. E assim consta em nosso Estatuto Social:

“Articula-se com as demais organizações da Enfermagem brasileira, para promover o desenvolvimento político, social, cultural e científico das categorias que a compõem. Tem como eixos a defesa e a consolidação da educação em Enfermagem, da pesquisa científica, do trabalho da Enfermagem como prática social, essencial à assistência social e à saúde, à organização e ao funcionamento do sistema de saúde. Compromete-se a promover a educação e a cultura em geral, e a propor e defender políticas e programas que visem à melhoria da qualidade de vida da população e ao acesso universal e equânime aos serviços social e de saúde” (Preâmbulo do Estatuto Social de 2018).

Portanto ser uma(um) Abenista é estar vinculada(o) à história de luta pela construção e fortalecimento do Campo Profissional e à luta pela organização de um Sistema de Saúde que garanta o Direito Universal à Saúde no País:

É estar associada(o) à construção de Diretrizes Curriculares para a formação de profissionais com consciência crítica e competência técnica sobre seu fazer, constuindo sua autonomia de atuação no Campo da Saúde e ser contra às perspectivas de formação que visem apenas aos interesses de mercado da saúde que pressionam por maior volume de trabalhadoras(es) com boa qualificação para execução de atividades formatadas aos interesses do lucro (e não às necessidades das pessoas assistidas) e sujeitáveis facilmente a baixos salários.

É ter atuação na produção de conhecimento comprometido com os interesses científicos e humanísticos da profissão e se posicionar contrariamente à “lógica do produtivismo” que, por articular grande volume com pouca profundidade e pouca qualidade, inflaciona o mercado de produção acadêmica e não nos ajuda e desenvolver um Campo de Saberes e Práticas que acompanhe o desenvolvimento da complexidade da realidade social de que somos parte.

É ter atuação, junto às demais entidades de classe do Campo Profissional, na construção de uma consciência crítica sobre o Trabalho e a(o) Trabalhadora(or) em Enfermagem e ser contrária(o) ao processo de alienação hegemonizado que nos oferece o lugar de heroínas(óis) abnegadas(os) em cuja missão está incluso se submeter às mais variadas formas de precarização no trabalho na saúde.

Ser Abenista é estar inserida(o) junto com as demais organizações e entidades da sociedade civil, na luta pela construção e defesa de um Sistema Único de Saúde verdadeiramente Universal, com financiamento justo, com serviços organizados de forma humanizada tanto para suas(seus) usuárias(os) quanto para suas(seus) trabalhadoras(es), que garanta o atendimento integral aos indivíduos e à coletividade em suas necessidades, em cuja construção e desenvolvimento esteja garantido o princípio da mais ampla e diversa Participação Popular!

Como diz uma de nossas Abenistas históricas: “a ABEn é um Patrimônio da luta política e da história da enfermagem brasileira” (Profa Cristina Melo). E ser Abenista é, ao mesmo tempo, zelar, efetivar e reproduzir esse Patrimônio, é ser parte dele.

Em suma, ser Abenista, em 2021, é lutar pelo fortalecimento do SUS no enfrentamento à pandemia; é lutar por vacina para todas e todos pelo SUS de forma urgente; é lutar para que seja garantida a dignidade e a proteção da saúde das(os) trabalhadoras(es) de saúde como um todo, com foco particular no campo profissional da Enfermagem; é ser favorável a aplicação do conhecimento apropriado que a ciência nos oferece para esse enfrentamento; é ser favorável às medidas de distanciamento social necessárias ao controle da transmissão do vírus no território brasileiro de forma associada à medidas de proteção social, fundamentais num país tão desigual como o nosso; é ser favorável ao fortalecimento da Atenção Primária à Saúde como âmbito de atenção estratégico para o enfrentamento da Pandemia, em composição com os níveis de maior densidade tecnológica como hospitais e UTI. É ter posição contrária em relação à toda sorte de negacionismos e obscurantismos que obstruem o desenvolvimento de estratégias de comunicação e educação sobre formas de prevenção e conduta frente à COVID-19 e ter posição absolutamente crítica quanto à forma como o governo federal vem (des)coordenando as estratégias de enfrentamento no âmbito nacional e nas relações internacionais.

Em qualquer organização política, independentemente da competência, qualidade ou perfil de seu grupo dirigente (naquelas que possuem essa configuração, como no nosso caso), o que determina de forma importante seus movimentos e a possibilide de seus efeitos (possitivos ou negativos à aquilo a que se propõe) é a qualidade e quantidade de seu conjunto de integrantes. É na força e disposição de nosso quadro de associadas(os), nos braços e pernas de nosso corpo coletivo, que está nossa potência e nossa fragilidade. Nosso corpo coletivo na luta, imerso nas conjunturas de poder no Campo da Saúde em particular e da Sociedade como um todo, é o que faz a história de nossa Associação e de construção de nosso Campo Profissional. A ABEn-BA é hoje o que nós, associadas(os), construímos dela até aqui. Por isso reformçamos o chamado:

Abenista, venha conosco construir a ABEn de nossa História!

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