A Associação Brasileira de Enfermagem e o conjunto de Comissões do 74º Congresso Brasileiro de Enfermagem vêm a público repudiar toda e qualquer forma de transfobia, racismo e misoginia, ou seja, todas as formas de violências. Assim, nos somamos às vozes que engrossam as fileiras da luta contra as múltiplas maneiras de precarização das vidas. Infelizmente, um caso lamentável de transfobia ocorreu em nosso evento. O nome verdadeiro de uma congressista foi desrespeitado, um nome que, inquestionavelmente, é a forma como nos apresentamos. Após diversos debates sobre equidade de gênero, sustentabilidade e produção de cuidados que extrapolam as matrizes heterocisnormativas, é inadmissível que tais episódios aconteçam sem uma firme manifestação contrária. Qualquer atitude diferente tornaria letra morta os debates realizados até aqui. Se realmente desejamos construir um novo futuro, é imperativo repensar as estruturas presentes. O que nossa congressista enfrentou é irreparável, representando a negação dos direitos de ser, estar, viver e existir.
A ABEn compromete-se em rever profundamente os processos de nossos eventos, que, mesmo depois de tanto tempo, ainda falham em não perguntar o nosso nome, aquele que alguns chamam de social, e em indagar sobre nossa cor e etnia. Quem somos importa para a reinvenção de uma sociedade mais justa e que possa, em fato e em realidade, assegurar um futuro para todos nós! Para construir um novo espaço, é essencial começar agora, reconhecendo o atraso de muitos anos para essa reparação e revisões de nossas práticas.