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Panorama de pesquisas e formação da Enfermagem em Saúde Mental mostra necessidade de união de teoria e prática na academia

  • 12 de novembro de 2024
  • Livia

 

As Tendências das pesquisas e formação em Saúde Mental: divergências e convergências na política de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas foi tema de palestra ministrada pela professora e pesquisadora assessora do Departamento de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde (DESMAD- SAES/MS) e do Departamento de Enfermagem Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da ABEn-Nacional (DESM, EEUSP), Márcia Aparecida de Oliveira. A palestra é parte do 4º Colóquio Brasileiro de Enfermagem em Saúde Mental (4º CoBESM), realizado no Centro de Convenções de Goiânia (GO) até o dia 14 de novembro.

Márcia fez um amplo panorama sobre as pesquisas realizadas nos últimos 15 anos em todo o Brasil sobre o tema das políticas de saúde mental pela enfermagem em consonância com as ações do ministério da Saúde na área e destacou a importância da Revista Brasileira de Enfermagem (Reben), publicada pela ABEn, que é o meio que mais publica artigos e estudos sobre o tema. A professora apontou, no entanto, que a maior parte desses estudos é realizada no eixo Rio-São Paulo, o que mostra a necessidade de pesquisas em outras regiões e territórios.

Os estudos mostram que as(os) profissionais têm necessidade de da qualificação contínua, percursos formativos e que existe a necessidade de ir para os territórios, reforçando outro desafio demonstrado nos estudos, que é a importância fundamental de alinhar pesquisa e prática, que devem estar em constante diálogo. “Não adianta fazer pesquisa de gabinete, é preciso garantir que sejam efetivas e adequadas para os desafios da população”, afirmou Márcia.

“Apesar de algumas inconsistências na implementação das políticas, hoje chegamos a 3.010 Centros de Atenção Psicossocial no Brasil e um dado estatístico positivo, que é de um Caps para cada 100 mil habitantes. No entanto, esses Caps ainda estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, e temos que considerar os quilombos, as populações ribeirinhas, as aldeias indígenas, as zonas rurais, os assentamentos e as diversas outras lacunas de estudos e atuação”, afirma a pesquisadora.

Outro desafio apontado pela palestrante é a necessidade de tradução do conhecimento acadêmico para os usuários, familiares, para gestores e para profissionais. “O CNPq tem feito trabalho de formiguinha com pesquisadores para colocar em prática o Programa de Tradução de Conhecimento, indispensável tem que ter financiamento das pesquisas. Temos que mostrar como os gestores podem ter material acessível sobre os resultados das pesquisas, os trabalhadores precisam de algo dinâmico, os usuários precisam estar envolvidos desde o momento da pesquisa e na construção de como fazer a devolução, assim como familiares e comunidade de maneira geral”, explica Márcia Oliveira.